segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Poesias pesquisadas em biblioteca e biografia do autor

História Antiga 

estava o rei
atras do cristal

vem o tempo
lhe faz mal

o tempo no homem:
fora da prisão 

o homem no povo
senhor capitão

o povo no fogo:
o fogo sua lei

o mal pelo bem
o bem pelo mal

que pálido o rei!
que frágil o cristal!

José Paulo Paes



fenomenologia da humildade

se queres te sentir gigante, fica perto de um anão.
se queres te sentir anão, fica perto de um gigante.
se queres te sentir alguém, fica perto de ninguém.
se queres te sentir ninguém, fica perto de ti mesmo 

José Paulo Paes


Biografia José Paulo Paes
Nasceu em 1926, em Taquaritinga, S.P. Poeta, ensaísta, crítico literário e tradutor. Iniciou sua atividade literária na década de 1950, colaborando na revista “Joaquim”, dirigida por Dalton Trevisan. Desde de 1948 escreve com regularidade para jornais e periódicos literários. Toda sua obra poética foi reunida, em 1986, sob o título Um por todos. Segundo Carlos Machado, “desenvolveu sua poesia de modo marcadamente pessoal. Considerava um mestre o modernista Oswald de Andrade — mas não foi apenas um oswaldista; aproximou-se das vanguardas — mas também não se pode enquadrá-lo nas hostes da poesia concreta, da poesia práxis ou qualquer outro movimento do gênero. Um dos marcos de sua poesia é o olhar irônico e desmistificador. Formalmente, destaca-se nos poemas de Paes a busca da concisão. Poeta magro, como diria Manuel Bandeira, seus poemas quase sempre se resolvem em poucas e curtas linhas, em tom de epigrama. Os outros, ele não hesita em chamá-los de `prosas`".  No terreno da tradução verteu do inglês, do francês, do italiano, do espanhol, do alemão e do grego moderno mais de uma centena de livros. É um dos poucos poetas que se dispôs a escrever para um público infantil e infanto-juvenil: Poemas para brincar (Ática, 2000); Vejam como eu sei(Ática, 2001); Rimas no país das maravilhas (Ática, 2002);  O menino do olho d`água (Ática, 2003) entre outros. Na obra ensaística, destacam-se:Transleituras (Ática, 1995); A Aventura literária: ensaios sobre ficção e ficções (Cia. das Letras, 2000) e O lugar do outro (Topbooks, 1999). Destaques da obra poética: Os melhores poemas de José Paulo Paes(Global, 2003); Prosas seguidas de odes mínimas (Cia. das Letras, 2000) eSocráticas (Cia. das Letras, 2001). Faleceu em 09/10/1998.

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